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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Sabor, tempo e cor

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Qual o gosto da saudade? Amargo, de quem não dosou bem os elementos e passou do ponto? Doce, só vale as boas lembranças e tenta esconder o real? Picante, pega na boca e instiga o paladar? Agridoce, que mistura sabores. Impreciso, mas necessário definir os elementos. Qual a cor da saudade? Azul de ternura do meigo olhar? Vermelho que arde em desejo? Verde que em um sonho só faz esperar? Amarelo vibrante que não deixa esquecer? Qual a estação da saudade? Verão sufocante. Invade a ausência de sombra. Os corpos bronzeados lindos ao entardecer. Inverno. Pede o silêncio, o aconchego que na falta de um abrigo pode congelar a alma. Primavera. No perfume das flores, exala o cheio  amado... Outono. Momento de renascimento. Das folhas que caem para que o novo (re)viva

O que é isso?

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Me pega inteira, me tira do prumo. Arrebenta minhas certezas.  Saio do eixo. É pé no chão.  É a constatação do não.  Sem ilusão, sem esperança. Toma todos os sentidos, empurra todas as teorias e finca raiz. Me coloca na defensiva.  Não posso "dar bandeira".  Mas, o meu olhar é um grande outdoor que denuncia. Na distância de um continente,  cada qual em uma margem,  a correnteza não deixa aproximar. Valente, igual a uma rocha e apenas uma brisa pode tudo desmoronar. Espera... aguarda.  Não abre portas nem janelas, pois não tem como entrar. Sangra o peito,  mexe com todos os sentidos,  revira sentimentos guardados... Não há remédio,  vou sufocar. Não há prazo, não há tempo, não há magia... Quem sabe, um dia, a resposta vai chegar.

Distração

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      No imaginário, Emília, criação de Monteiro Lobato, é uma personagem marcante. Após tomar uma pílula começa a falar sem parar. "Não quer ficar entalada". Uma boneca de pano, por vezes remendada e em outras chique. Ar de realeza e orgulho. Assume sua  teimosia e esperteza. É independente e diz tudo que pensa, sem censura alguma.       Personagens e brincadeiras nos orientam, muitas vezes, em nosso cotidiano. Lembro, com saudade, de alguns jogos de minha infância. Em pequenos flashes  vou revendo cenas.     Na Dança das Cadeiras , quando a música para, tem que estar atento, para não perder a rodada. É necessário defender-se de um empurrão. Até mesmo perceber que o lugar pode estar ocupado, alguém chegou primeiro e não há espaço para distração. A saída é sempre frustrante. Há um quê de fracasso.    Quando um grupo está reunido e o tédio chega, sempre alguém lembra da  Mímica.  Transmitir mensagem por gestos e sinais. Estão todos prontos para descobrir a resposta

Onde está o futuro?

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Onde está o futuro? Na próxima respiração. Planos, metas, desejos... acordar é dádiva. É sempre um recomeçar... E o desafio se inicia. O jogo começa  com naturalidade, cada qual com suas cartas. Alguns escondem coringas, outros sabem blefar, muitos não conseguem uma aposta alta. Qual oponente desistirá? Será o momento certo para arriscar? É sorte, magia ou destino? É vida

Nossa Senhora

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Mãe Maria, Mãe Nazaré, da Alegria, da Boa Viagem e das Graças. Mãe Morena. Mãe Pequena Santa Mãe Imaculada. Mãe Amada Mãe Aparecida Mãe Abadia Mãe Lourdes Mãe Salete Mãe Guadalupe Mãe Conceição. Maria Santa Mãe que me acolhe,  me ampara. Não esconde o colo e me faz recostar. Nossa Senhora do Aconchego que me acalenta quando choro pela falta da minha... Mãe de todas, Mãe sábia, da Estrada e Peregrina, das  Dores, da Esperança e da Glória. Nossa Senhora que de uma Medalha se fez milagrosa para  conseguir enfrentar. Nossa Senhora da Ajuda, do Amparo a quem rogo quando preciso de um abraço. Auxiliadora, da Cabeça, do Bom Conselho que passa na frente levando todo mal. Mãe do Alívio,  dos Navegantes e do Socorro Orienta a minha fé. Aquiropita, Almudena,  da Luz, Caravágio  e da Guia Mostra Rosa Mística nesse árido caminho. Na escuridão, se fez da Luz é da Lapa, é da Penha e da Pompéia É a Mãe de Jesus. É presente em

E daí...

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E daí... Se como salgado depois do doce se assisto filme repetido, como se fosse a primeira vez? E daí... Se falo sozinha, converso comigo, discuto opiniões e mesmo assim, por vezes, não tenho a última palavra? E daí... Se ensaio situações, tento prever um encontro casual, para sobreviver? E daí... Se viajo sozinha, conheço muitos lugares e não apareço em nenhuma foto para provar? E daí... Se odeio falar ao telefone, mas dependendo da pessoa não consigo desligar? E daí... Se adoro séries de tv antigas me tornei "retrô" só para não assustar? E daí... Se a minha memória é terrível, misturo rostos, nomes e situações. Mas não esqueço um carinho, uma palavra de apoio ou lindas emoções? E daí... Se coloquei um som diferenciado no "WhatsApp", só para me sentir feliz quando ele se comunicar. E daí... Se acho o café uma boa companhia e também um álibi que escolhi para prosear? E daí... Se acordo de mau humor e me isolo até passar? E

Intensidade

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Como dosar? Tudo parece ser tão intenso. Um mero recado,  vira comunicado. Um bom dia,  representa a felicidade total. Uma linha,  lembra um questionário. Uma lágrima,  transforma tudo em um dilúvio. Um sorriso tímido,  torna-se uma gargalhada. Uma dúvida,  passa a ser uma tese. Não há meio termo. Ou é sol ou chuva         dor ou euforia Parece não existir nada entre o preto e o branco. Vinte dias ou vinte anos? Ou é muita saudade,  ou desapreço total. O morno não mata a sede e nem aquece no frio. Me entrego de malas ou bagagens ou fecho a porta para ninguém entrar? Onde está o equilíbrio?

Dúvidas em uma noite de verão

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          A mão estendida. O abraço afetuoso. A conversa que acontece com os olhos brilhando. Encontro de almas ou apenas novos amigos que se conhecem por todo sempre.       E qual a hora exata?  A tristeza teima em aparecer. Por trás da fresta se encontra a luz. O tempo é de espera. De pensar em uma surpresa boa, mas a dureza da vida teima em nos deixar sem opção.      E de quem é a culpa?      Tento uma digressão. Mas para que se distanciar, se o objetivo é ficar próximo? Buscar um sinal de afeto que pode acalmar o coração, mas a dor é corrosiva.       E quem determina?            Uma mudança no caminho. Um desvio de rota. A sombra da verdade aparece. Quero acreditar. A fé sempre foi minha companheira, porém está difícil respirar.        Será o calor?     A estação é de festa, de brilho, de rostos felizes... Então por que esse desânimo e essa falta de ação? Como encarar esses dias sem perturbação ou alvoroço?          É merecimento?  

Solidão: substantivo feminino

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    Quantas teorias foram escritas para falar desse bichinho chamado solidão.      A primeira que atrai a minha atenção é  um substantivo feminino.   Curiosamente... Saudade, separação, tristeza, melancolia, amargura seguem a mesma classificação gramatical. E daí?    Começo a voar. Será que faz parte do universo da mulher conviver com mais intensidade tais sentimentos?    A dor, que persegue e invade a alma, machuca todos os espaços e não oferece trégua e nem resistência.    O enfrentamento é uma constante. Não dá tempo para sofrer. A vida não manda recado e exige uma atitude.     Mas a solidão pode ser o momento do encontro pessoal. Da troca com a imagem, que absurdamente tenta se revelar.     É um mexer nas gavetas. Sair da trincheira e enfrentar o combate interior.    Decidir a hora e o lugar sem interferência. Não há prazo determinado.     A loucura de entender que a temporada é de enfrentamento. É um querer meio afoito, que não nega o silên