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Mostrando postagens de 2016

Enfim...2017

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E assim, mais um ano termina. Que frase original para começar o texto! Criatividade: zero. A virada do ano acontece e, em um minuto todas as esperanças, e projetos ganham vida, parecem mais reais.  O cheiro do novo invade o ambiente. O mundo tem mais luz, mais cor. E o amor? Esse transforma toda a humanidade e agora sim, tudo vai dar certo e todos vão encontrar o éden. Sem querer propagar um discurso pessimista, a simples alteração no calendário não é um atestado de felicidade.  A  promessa  deve existir dentro de cada um. A luta por uma mudança é diária.  As páginas dos jornais dão um tapa no comodismo e estampam nosso egocentrismo e nossa conivência. A desigualdade social está escancarada. Grita em cada esquina o prenúncio de tempos difíceis.  Qual a meta... O que escrever como próxima resolução?  O livro da vida está aí... aberto... para escrever outras histórias. O texto é meu. É a minha mão que faz a dança das palavras.  O calor pode me dar uma cer

(Re)torno

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    Num ato de coragem, retornei ao ponto. A mesma decoração, rostos conhecidos, um cigarro antes de entrar e aquele bate papo com o amigo, que pacientemente ouve minha lamentação.    É uma atitude heroica voltar ao lugar onde a presença do ausente grita. A sensação de que nada mudou e tudo não passou de um pesadelo é real. Num manifesto hipotético acredito que  a porta vai abrir e tudo retornará ao que sempre foi.     Não me peça para entrar na sala, não vou conseguir. A presença é forte, sinto o perfume da orquídea e acredito que ouvirei aquela sonora gargalhada, que hoje faz tanta falta.   Os braços, que formam um laço no abraço forte, ficaram no imaginário.  A sensação das mãos unidas aperta o peito e dói. Não é apenas uma sensação, um estímulo enviado ao cérebro. A  dor é física, aguda e se não cuidada, certamente se tornará crônica. Talvez a receita seja escrever.       Hoje desminto Milton Nascimento, o trem que chega não é o mesmo da partida. Se assim fosse, fi

Que venha o próximo post

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           Pensar e repensar no ano que está terminando. Não gosto de dar a coisa como encerrada, porque ainda temos cinco dias pela frente e aí???Tem gente que diz que nascerá 2016, o retorno. Outros apostam em 2016 do B.    Foram tantas perdas, tanto preconceito e tanta, e quanta, intolerância. As redes sociais se tornaram uma guerra sem fim. O bem e o mal em um eterno duelo.      Por vezes me irritei com algumas publicações e, em outras tive a certeza que a chatice imperava.    O amigo, que enviava diariamente frases lindas de otimismo, passou por mim na rua e não me cumprimentou. Tenho a impressão que ele só me conhece pela fotinho do canto esquerdo.     E as campanhas? Troca ilustração, troca cor, apoio a isso ou aquilo... e mais guerra. O meu time é melhor, meu partido rouba menos, meu filho é mais lindo. É gente cantando, é gente rindo, é gente caindo.     Uma exposição do que fez durante o dia, do restaurante, da balada, da academia. E  selfies ... mui

Saudade antecipada

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                Que audácia! Resolvi falar de saudade. Num primeiro momento vem a lenga lenga que é uma palavra que só tem na língua portuguesa, ou que é difícil traduzir para outros idiomas.         O que sei é que existe, é presente e, muitas vezes, nos pega no desassossego. Ela surge tal qual um raio que invade o coração e quando se percebe, ela já está machucando.    A ideia da discussão é boa, principalmente próximo ao Natal. Parece que tudo fica mais intenso.          Esse ano, por exemplo, as propagandas institucionais atacaram de vez o nosso emocional. Comercial de banco supera filmes inesquecíveis,  como o fim do Titanic, a angústia  de A vida é bela ou da despedida do ET.       Mas a dor que não se imagina sentir é a da saudade antecipada. Aquela que idealiza o que não mais será. É ver a presença do  ausente no futuro. É projetar como serão vividos os dias que ainda não chegaram. É viver uma  aflição latente.      Pressentir a intranquilidade da falta.

Prudência e sensatez

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Um lindo raio de sol acarinha o dia, que se inicia com promessa de ser bom.    A  respiração é calma, mas denuncia a renite que teima em aparecer.  O café preenche a solidão e grita pela companhia de tantos amigos que já brindaram o sonho de ser feliz. Me perco em conjecturas...    Tal qual um cartaz em neon, surge em minha mente a ideia de prudência. Uma prerrogativa de discernimento. Ter um momento de harmonia, pensando no futuro com calma e ser precavido.    O que me faz pensar nas mudanças da Previdência Social, essas alterações que deixaram a população apavorada com a perspectiva da não aposentadoria. Na verdade, não estou tão preocupada assim, afinal não sabemos quando vão puxar a nossa ficha de desligamento desse mundo.    Com isso, percebo que preciso de sensatez. Agir com equilíbrio e bom senso. Ah! tá, como conseguir em meio a tantas mudanças e tantos riscos? Ter cautela....     Parece que a letra de Caetano Veloso ecoa em minha cabeça, com G

Encontro com Dom Paulo

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  1980. Saindo das comunidades de base da Igreja Católica, mais precisamente  do grupo de jovens da Basílica do Embaré, eu entrava no mundo universitário repleta de sonhos e ideais. A base de minha formação foi dada pelo Frei José Luiz Viana, ou simplesmente o" Zé  do Embaré".   Eram anos difíceis. a abertura política começava lentamente. Os primeiros meses do curso de Jornalismo desvendavam conceitos e mexiam com os meus ideais de cidadania.   Lembro que logo entrei no movimento estudantil, participando do Diretório Acadêmico. Tudo era uma grande novidade. Até que surgiu a primeira greve pelo congelamento das mensalidades. O slogan: "1980, e nenhum centavo a mais".     Organizamos dentro da escola uma vigília, palavras de ordem, cartazes e até um ato religioso, com a participação de várias lideranças. Tenho ainda um recorte do jornal Cidade de Santos, que mostrava Esmeraldo Tarquínio ao meu lado. Foram dias preocupantes.     Agora dou risada, mas com

Detalhe

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Quero de volta aquela sala, na sintonia a dois e as mãos unidas. Quero os olhos desvendando mistérios, revelando a cicatriz que ainda dói Quero aquele ar que lembra uma leve brisa e acalmava o calor das discussões entusiasmadas. Quero a gargalhada, que mexe com a estrutura de um lugar tão sério. Preciso do curativo da alma e do abraço, que envolve e recolhe todos os pedaços, que ficaram perdidos em dores antigas.   Cansei de ser singular, quero o plural. Minha narrativa está cansativa, um piano desafinado e com a tecla emperrada.

Controverso

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Não convide para jogar, se não encara a disputa.  Não faça piada, se não aceita a gargalhada. Não cobre, se não estiver com certeza do acerto de contas. Não ignore, se não tiver convicção de que é amado. Não seja arrogante, se não considera uma ferida no orgulho. Não brinque com fogo, se não lembra para aonde vai a chama. Não corra, se não entender que pode ser ultrapassado. Não peça, se não for humilde para devolver. Não alimente, se não consegue servir. Não apague, se não for capaz de  reescrever.  Não julgue, se não admitir a incompetência para ser. Não espere um bom futuro, se não preparou o passado. Não determine, se não pretende resolver. Não suplique indulgência, se só sabe criticar. Não brinque com a saudade, se não quiser chorar. Não comece uma história, se não tiver coragem de partilhar. Não peça  rima, se não souber poetizar.

Depois da linha da máquina

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Lembro do estranhamento da primeira vez que estive em Santos. Minhas primas falavam de ir ao Canal 4 e depois visitar a tia que morava no  Canal 5. Como assim?     Com meus cinco anos de idade as emissoras de TV, Tupi e Paulista, que eu assistia em São Paulo, eram a referência. O que elas estão falando?       A angústia não durou muito,uma brincadeira na praia, um banho de mar e assistir o jogo de tamboréu me fizeram esquecer logo a situação. Afinal, o biscoito Praiano matou a minha fome e a queijadinha adoçou o dia.       Durante minha infância, mais visitas, mais praia, mais farra. Fui crescendo e ir à padaria era uma loucura. Só em Santos eu podia comer média e pão de cará, que não é preparado com o tubérculo. Meu tio comprava muitos pães para a turma toda e gastava uns dez mangos.         Qualquer turista era paulista e tudo podia ser resolvido em dois palitos. M as, se você ficasse nervoso, com certeza iria parar no Anchieta, diferente do Rio de Janeiro lá v

Se

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         Se você voltar  não vou esperar nem um minuto  e correr para os seus braços  e dizer do meu amor.  Se você sentir amor por mim  não espere momentos  para me encontrar.  Pois estarei no mesmo lugar  Nos mesmos sonhos  Nos mesmos caminhos  E no mesmo rosto amargo e feliz.  Se a esperança  que nos moveu até hoje  encontrar espaço para se acomodar  Não peça nada  Não diga nada  Deixe apenas o nosso amor retornar  do mesmo modo que nossos olhares  retornam ao passado  para tentarmos novamente a felicidade  e conquistar os mesmos caminhos  carinhos e a mesma verdade. Mas... se você não voltar Ore por mim Porque estarei por demais infeliz Em saber que tudo acabou Na mesma esperança No mesmo sonho No mesmo adeus Mas...         se ...

Fumaça

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Estava lá.... bebia o café com ar majestoso.  Sentia o prazer de cada gole.  Não me viu.  Tremi. E, com a coragem dos fracos,  sumi  tal qual a fumaça que saía da xícara. Ilustração: Bruna Passos

Presépio, sempre

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Reflexão... A moça nervosa irritou todo mundo, durante a montagem do presépio no local de trabalho. Ela queria que tirasse o Menino Jesus. E a explicação é que Ele só nasce no dia 25.  Maria e José encontraram abrigo num estábulo, e foi aí que Jesus nasceu. Maria fez de uma manjedoura o berço para ele.  Ora, Ora... Isso eu sei. Mas é uma representação. Não será realizada nenhuma solenidade igual a das igrejas. É apenas para lembrar o nascimento. O que era para ser sagrado, começa a me irritar. Decido pelo último argumento. Se for seguir essa linha, temos que tirar vários personagens: Maria e José. Afinal, eles estavam vindo de Belém, caminhando e procurando um abrigo; Os pastores e seus rebanhos, porque eles só ouvem os anjos cantarem quando Jesus nasce; A estrela que anuncia a chegada. E a presença do Tês Reis Magos então,chega ao absurdo. Ficaria apenas.... a Manjedoura. Amo presépios. Para evitar essa chatice, o s meus são todos com as peça

Sérgio Cabral, o pai

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        A notícia da prisão do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, poderia não me abalar. Quero  que corruptos e ladrões paguem, não aguento mais os desmandos nesse País que amo. Mas, e tem sempre um mas... Fiquei triste. Por que?     Pensei no querido jornalista Sérgio Cabral, o Pai. Repórter combativo, um dos criadores do Pasquim, escritor, pesquisador. Um 'carioca da gema', aquele amigo bonachão que tudo mundo quer ter. Produtor musical e um amante do carnaval.   Lembro da emoção que senti quando lancei o livro "De Passagem Pelos Nossos Estúdios". Recebi, primeiro, um e-mail tão carinhoso, que não conseguia me concentrar em mais nada.  Eu e minha mãe ficamos rindo por uns dez minutos. Eu pulava de alegria pela sala, não é uma figura de linguagem. Eu só pensava que aquele homem, que conhecia tudo de MPB e da história do Rádio, tinha gostado do que escrevi.   Passado uns dois dias, outro choque: um telefonema. Aquela voz meio rouca, começa a con

Desafio amigo

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O ambiente hoje estava até que calmo na sala dos professores. Um colega afirmou em tom de brincadeira "é tanto aluno me procurando que eu tenho medo de abrir a geladeira e encontrar um dentro da garrafa de água. Eu já achei um  na gaveta de meias". Gargalhada geral. O trabalho era árduo. Era colega passando faltas no sistema, o outro corrigindo provas, corrigindo TCC, corrigindo relatórios... Corrigir é o verbo. Outros elaboravam tabelas, somavam notas, fechavam diários... Ufa. Eu estava tranquila, teria apenas que participar de uma banca de TCC. Meu estresse maior será na próxima semana. Começo checar as notícias nos sites. Senta-se ao meu lado um amigo de décadas, Carlos Finochio. O diálogo acontece naturalmente, são lembranças de viagens, coisas corriqueiras e num repente, vem a frase: "estou acompanho o seu blog, mas eu queria saber mais o que a mulher Te Cris está pensando do mundo, sinto falta disso." Tentei argumentar que ando meio reflexiva,

Ateliê amador

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E durante mais de sete horas mexi e remexi em caixas, sacolas e  gavetas. Era o momento de arrumar tudo para melhorar as minhas criações. Em um envelope amarelado encontro cartões de aniversário, natal e recados vindos por meio de flores. Leio cada um. A lembrança me fazia caminhar para algumas datas, outras ficaram no tempo e não consegui precisar o momento. Miçangas e paetês misturados. Como separar? Por cor? Pode ser a solução. No saco plástico, que pego sem cuidado, vem a dor de pedrinhas coloridas que machucam as mãos. Não é lugar correto para estarem armazenadas.  Ser ferida sempre que for usá-las, não é uma boa opção. O local está ficando perfeito. Aqui vou poder experimentar e produzir, tudo que a imaginação quiser. Um arco-íris de emoção para enfeitar. Tudo terá brilho. Não! algumas produções serão sóbrias, outras delicadas e tantas fincadas na dureza do material. Serão peças resistentes? Não sei. Depende do uso, da forma e do projeto. Acredito que as mais cla

Adeus

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A palavra                      trabalhada requer atenção. E qualquer descuido vira-se a página termina o encanto perde-se a emoção. A palavra                      derradeira exige separação. Em todo lamento muda-se o caminho fica o desejo numa eterna solidão.

Chuva

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Chove! E lava a alma  sonhadora que desejava galgar espaços e construir um mundo novo. Chove! E descarrega sobre todos as minhas lágrimas. Chove! Chove molhando todos os culpados  pela tristeza. Chove! Chove sobre os ingratos que destruíram os sonhos Chove! E faz doer. Molhe! Arrebente! Deixe todos os vestidos embonecados encharcados com esse lamento. Chove! Molhe! Machuque! Grite por mim neste pranto Chove! E deixe as calças jeans pesadas sobre os corpos. Chove! Chove forte. Faça uma folia Inunde o mundo. Meu choro hoje chove. Chore ... Chove ... chore Chova por mim...

A tal resiliência

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E aí surgem momentos de dor, de tristeza absoluta. Um calvário interminável. Uma aflição constante, sensação de perda, de fim e nada poderá servir de consolo. E vem o cansaço.  A impotência. Alguém lembra de resiliência, que virou palavra "da moda" . Será? Não me conformo facilmente, quero o real significado do que estou sentindo. Numa rápida pesquisa a primeira explicação  é que a palavra vem do latim, e dai? É um (re)inventar, a capacidade de evoluir após momentos de adversidade. É superação. E aparecem teorias em diversas áreas.  Será que é isso que estou vivendo após dias e mais dias de padecimento?  Penso que não. Como negar a lágrima constante e o choro que explode em cada verso?  De que maneira a dor aguda foi anestesiada? A opressão acabou e num repente passou a ser nada? Não estou em processo de euforia. Minha alma não está quente e nem fria. Morna? Nunca gostei disso. Um tanto faz, sem regra, sem espera e sem ansiedade. Sem luta, sem resistência,  

Nossa! Daqui a pouco é Natal

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"Nossa! Como o ano está passando rápido, já estamos em novembro e daqui a pouco é Natal"   Tento lembrar de quantas vezes ouvi essa frase ao longo da minha vida. É sempre a mesma rotina.Já penso no arrepio  ao ouvir canção.          "Então é Natal, o que você fez, o ano termina e nasce outra vez".  Procuro a original na voz John Lennon, mas tenho que confessar, a depressão é a mesma.  Qual o problema se daqui a pouco é Natal? Que chatice! O que muda?      Sendo otimista, penso no hoje. Quero enfeitar minha alma com luzes brilhantes, cantar sem motivo, me dar presentes verdadeiros, esquecer a correria e as filas.      Quero brindar os minutos de vida, que teimam, por vezes, em ser segundos.      Quero enfrentar cada dia sendo especial. Mas, não dá!                                                    Chico Buarque tem razão:                                                   "A gente quer ter voz ativa                                  

Que pena

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Estávamos              aproximadamente longe Os gestos eram os mesmos As mãos falavam        rapidamente Aquelas que me fascinaram por um bom tempo Tremi Saudade Dor e desejo Mesmo rodando não voltamos         juntos ao mesmo ponto            ...que pena! Ilustração: Bruna Passos

Processo de criação

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     E de repente, o amigo pergunta: "Como se dá o seu processo de criação?"      Por cinco segundos fico paralisada, pensando... Como assim? Jamais pensei no assunto. Eu escrevo. Simplesmente deixo as palavras tomarem conta do meu texto. Me lembra o processo de um antigo filme, que ao passar pelo revelador, forma a imagem do que quero dizer.      A vontade de me comunicar imprime a rapidez das frases.  Por vezes, meus dedos correm tão rapidamente pelo teclado, que ao final, o cansaço se torna presente.     Em outros momentos, a caneta dá espaço para todas as emoções. E com fé, coragem e um pouco de insolência grito e peço ao mundo um pouco de atenção.     Talvez por saber que jamais serei um Nobel de Literatura, não tenho censura. Permito que as perturbações  sejam declaradas. É um desnudar perigoso, que oferece a chance do ataque. É tomar um copo com água, para matar a sede. É tratar a dor com leveza ou prepotência.     Trabalhar sinônimo e significado é al